"...Plantem flores, minhas mãos, antes da paralisia. Plantem-se palavras no vaso raso desses dias antes que se ponha o sol..." João Batista Jorge
domingo, 25 de dezembro de 2011
corpos
ar rarefeito
o carcará pousa na planície
da caatinga
no rio...
onde mergulham os gemidos
dois amantes
(homem e mulher)
tremulam de amor
Ricardo Campos
sábado, 10 de dezembro de 2011
(n)a mosca-varejeira!
a mosca verde
num sobrevoorasante
sobre a mesa
na cozinha
-a varejeira
depõe seus ovos
na sobremesa
-o pudim já era!
Ricardo Campos
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
os sapos (des) encantados!
-os sapos engolem as moças
que vagam sonhadoras.
-perdidas por aí?
-verdadeiras donzelas em busca de nobres (sapos)
encantados que vivem cantarolando
à margem da lagoa.
-os sapos, à espera das moças?
-Sim, virgens e desavisadas!
Ricardo Campos
que vagam sonhadoras.
-perdidas por aí?
-verdadeiras donzelas em busca de nobres (sapos)
encantados que vivem cantarolando
à margem da lagoa.
-os sapos, à espera das moças?
-Sim, virgens e desavisadas!
Ricardo Campos
domingo, 20 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
ouri vês o mar
essa onda
essa pedra
vai
e
vem
maru olhar
o mar
essas ondas
essas pedras
na encosta
maru olhar
ouri vês
o mar
Ricardo Campos
essa pedra
vai
e
vem
maru olhar
o mar
essas ondas
essas pedras
na encosta
maru olhar
ouri vês
o mar
Ricardo Campos
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
abismos
talvez existam abismos,
e meus olhos procuram entre sombras
a profundidade dos mesmos
Ricardo Campos
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
armad’ura águad’ura
pedra bate, pedra fura
água dura
pedra bate, pedra fura
arma que dura
pedrab'ate, pedraf’ura
armad’ura
águad’ura
Ricardo Campos
água dura
pedra bate, pedra fura
arma que dura
pedrab'ate, pedraf’ura
armad’ura
águad’ura
Ricardo Campos
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
villanelle da borboleta, antonieta
ociosidade da nobre borboleta
dessas que voam sem rumo
dizem que se chama, antonieta
por ser nobre, é uma borboleta
nas suas asas mantém o prumo
ociosidade da nobre borboleta
ouvi de um anão, a historieta
na hibernação, o sono profundo
dizem que se chama, antonieta
história de joaquina antonieta
desencantada em outro mundo
ociosidade da nobre borboleta
tão tênue como as violetas
fez refém, o coração moribundo.
dizem que se chama, antonieta
reminiscência de uma borboleta
encantamentos d’outros mundos
ociosidade da nobre borboleta
dizem que se chama, antonieta
Ricardo Campos
dessas que voam sem rumo
dizem que se chama, antonieta
nas suas asas mantém o prumo
ociosidade da nobre borboleta
na hibernação, o sono profundo
dizem que se chama, antonieta
desencantada em outro mundo
ociosidade da nobre borboleta
fez refém, o coração moribundo.
dizem que se chama, antonieta
encantamentos d’outros mundos
ociosidade da nobre borboleta
dizem que se chama, antonieta
sábado, 10 de setembro de 2011
naufrágio de noé
e agora, noé?
a barca afundou
os bichos sumiram
a girafa sobrou
o jacaré fugiu
a tartaruga ficou
o cavalo relinchou
a égua pariu...
e agora, noé?
-você que nada,
chora, sorri,
pensa bem como
vai ficar
sua história,
fica ou vai embora?
tudo que tinha
virou água,
sua barca
n
a
u
f
r
a
g
o
u
Ricardo Campos
a barca afundou
os bichos sumiram
a girafa sobrou
o jacaré fugiu
a tartaruga ficou
o cavalo relinchou
a égua pariu...
e agora, noé?
-você que nada,
chora, sorri,
pensa bem como
vai ficar
sua história,
fica ou vai embora?
tudo que tinha
virou água,
sua barca
n
a
u
f
r
a
g
o
u
Ricardo Campos
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
vazio, silêncio
é
vazio
o
silêncio
noturno
pedras
imobilizadas
pela
inércia
de um tempo
são vazios
todos os silêncios
nos anéis
de saturno...
Ricardo Campos
sábado, 13 de agosto de 2011
quincas
“cada qual cuide de seu enterro,
impossível não há”
quincas deveria estar morto...
mas sua morte é uma grandee generosa mentira
morreria ele tentando
encontrar-se no último golo?
quincas de fato não está
nem aí para a morte...
quantos velórios já esteve
de corpo presente e alma
vagabunda?
todos os patifes deveriam ir
ao seu enterro
prestar-lhe as verdadeiras
e derradeiras homenagens
cantariam canções do meretrício
e as putas chorariam diante do seu
corpo...
seu pai, jorge amado, o esperaria
de braços abertos no
elevador lacerda...
(um ato simbólico talvez)
seria esse o último itinerário
desse baiano arretado chamado
quincas berro dágua?...
terça-feira, 9 de agosto de 2011
ricardo
quero ser o mais
p l a u s í v e l possível
o mais
c o e r e n t e
amoroso
h a r m o n i o s o
quero ser
o melhor amante
o versejador
o b o ê m i o
o mais culto
mas
por ora
vou sendo
eu mesmo
Ricardo Campos
inexistente
ine
xisto
persombra
existo
sem
enredo
per
sisto
na
dúvida
ine
xistente...
Ricardo Campos
terça-feira, 26 de julho de 2011
villanelle sapo abestalhado
pulo do sapo no lago...
poço d’água cristalina
avenida passa ao lado
o sapo todo fidalgo
o atento olhar da menina
pulo do sapo no lago...
é um sapo amalucado!
tudo molha, tudo rima .
avenida passa ao lado
o sapo todo empolgado
de barriga para cima
pulo do sapo no lago...
sapo, anfíbio felizardo
cumprindo doce rotina
avenida passa ao lado
esse sapo abestalhado
que não sabe sua sina
pulo do sapo no lago...
avenida passa ao lado
Ricardo Campos
poço d’água cristalina
avenida passa ao lado
o sapo todo fidalgo
o atento olhar da menina
pulo do sapo no lago...
é um sapo amalucado!
tudo molha, tudo rima .
avenida passa ao lado
o sapo todo empolgado
de barriga para cima
pulo do sapo no lago...
sapo, anfíbio felizardo
cumprindo doce rotina
avenida passa ao lado
esse sapo abestalhado
que não sabe sua sina
pulo do sapo no lago...
avenida passa ao lado
Ricardo Campos
quinta-feira, 21 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
no meio do nada
dois sóis girando sobre
nossas cabeças...
mistérios no mar de Java
...placas tectônicas chocando
no meio do nada.
ricardo campos
nossas cabeças...
mistérios no mar de Java
...placas tectônicas chocando
no meio do nada.
ricardo campos
sexta-feira, 15 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
filho de anastácia
sou negro, filho de Anastácia
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia
porque sou filho de Anastácia
livrem meu corpo das feridas
afadigado estou dessa falácia
sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem a cor vermelha
estou extenuado dessa falácia
sou negro, filho de Anastácia
escravo maldito dizem eles
por que repetem essas falácias?
sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com fome,medo e arredio
discursos e tão somente falácia
sou negro, filho de Anastácia
ouvindo inverdades e falácias
não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto
Ricardo Campos
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia
porque sou filho de Anastácia
livrem meu corpo das feridas
afadigado estou dessa falácia
sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem a cor vermelha
estou extenuado dessa falácia
sou negro, filho de Anastácia
escravo maldito dizem eles
por que repetem essas falácias?
sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com fome,medo e arredio
discursos e tão somente falácia
sou negro, filho de Anastácia
ouvindo inverdades e falácias
não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto
Ricardo Campos
sábado, 9 de julho de 2011
sobre o tempo, as palavras, e o nascimento das estrelas
...o tempo
está escasso
mas não há
escassez
de palavras
muito menos
as estrelas
pararam
de nascer...
as horas
insistem
em avisar
sobre
a escassez
do tempo
as palavras
querem
apenas relatar
o nascimento
das estrelas...
Ricardo Campos
está escasso
mas não há
escassez
de palavras
muito menos
as estrelas
pararam
de nascer...
as horas
insistem
em avisar
sobre
a escassez
do tempo
as palavras
querem
apenas relatar
o nascimento
das estrelas...
Ricardo Campos
quinta-feira, 7 de julho de 2011
é possível ver
o
olho
vê
a
estrela
que
está
ao
lado...
dois
cosmos
separados
dois
espaços
intercalados
Ricardo Campos
sábado, 2 de julho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
beija a flor
o beija-flor bate asas
no ritmo do coração
e a flor recebe o beijo
passivamente na sua quietude
ele se afasta tão rapidamente
como quando chegaste
vai à procura da próxima flor
talvez o seu definitivo amor
Ricardo Campos
no ritmo do coração
e a flor recebe o beijo
passivamente na sua quietude
ele se afasta tão rapidamente
como quando chegaste
vai à procura da próxima flor
talvez o seu definitivo amor
Ricardo Campos
sábado, 25 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
caranguejo cerebral
chico science
caranguejo
cerebral
à beira
do capibaribe
na batida
atômica
dos tambores
da nação
zumbi
chico science
caranguejo
cerebral
Ricardo Campos
domingo, 19 de junho de 2011
caos
s o b r e
v i v
a o c a o s
l a m a
s a l
s o b r e
v i v
a o c a o s
l a m a
s a l
Ricardo Campos
quarta-feira, 15 de junho de 2011
é permitido ver
o
olho
não
vê
a
estrela
nascer
enxerga
apenas
o
que
é
permitido
ver...
terça-feira, 14 de junho de 2011
cena
...um ator contracena com o vazio
não se apaga da memória
uma cena dessas...
[indelével arte de representar]
Ricardo Campos
não se apaga da memória
uma cena dessas...
[indelével arte de representar]
Ricardo Campos
domingo, 12 de junho de 2011
e v o l u i n d o
h o m o s a p i e n s
s a p i e n s h o m o
h o m o
s a p i e n s
e v o l u ç ã o
Ricardo Campos
sexta-feira, 10 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
murmurar de uma estrela...
(...)
ouve-se
o silêncio em mim
mas não ouço
ruídos da noite
ou o murmurar
de uma estrela
perto do fim...
Ricardo Campos
ouve-se
o silêncio em mim
mas não ouço
ruídos da noite
ou o murmurar
de uma estrela
perto do fim...
Ricardo Campos
quinta-feira, 2 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
c é r b e r o
...caaães de
duas
cabeças
a barca
de caronte
nau
fra
ga
poseidon
reina
absoluto
nos
mares...
Ricardo Campos
dentro da noite escura
meu
corpo
flutua
entre
palavras
risonhas
dentro
da
noite
escura
Ricardo Campos
sexta-feira, 27 de maio de 2011
nos vitrais
pingo de chuva
escorrendo nos vitrais
minhas mãos tocam
a janela
(o murmúrio da chuva)
...e a enxurrada segue arrastando
o lixo acumulado na rua
Ricardo Campos
escorrendo nos vitrais
minhas mãos tocam
a janela
(o murmúrio da chuva)
...e a enxurrada segue arrastando
o lixo acumulado na rua
Ricardo Campos
quinta-feira, 26 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
face a face
quantas
faces no mesmo
rosto
no mesmo
rosto a mesma
face
face a face
meu rosto
exposto
sem disfarce
Ricardo Campos
faces no mesmo
rosto
no mesmo
rosto a mesma
face
face a face
meu rosto
exposto
sem disfarce
Ricardo Campos
sexta-feira, 20 de maio de 2011
haicai
rastro de luz risca o céu
o que sobrou
da cauda de um cometa
Ricardo Campos
Não é astrofísico ou especulador de bolsa de valores, apenas um observador.
o que sobrou
da cauda de um cometa
Ricardo Campos
Não é astrofísico ou especulador de bolsa de valores, apenas um observador.
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