quarta-feira, 26 de junho de 2013

àquelas folhas que caíram ontem.






...desde quando chegou aqui
na rajada de folhas secas
era uma criança de olhar desconfiado
tímida como um silêncio
e até onde sei
não se fez adulto de alma crua
desde quando chegou
tua palavra/poesia abençoada
imortalizou auroras breves
desde àquelas folhas
que caíram ontem....





Ricardo Campos

domingo, 9 de junho de 2013

outono







um dia de cão
(vociferar)
outonos nos dentes

vadios bêbados
deitados em calçadas
frias

mariposas sentimentais
anunciam estrelas

tão distante a noite
ela apenas observa...






Ricardo Campos
(Modificado -Abril 2014)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

casebres









fez-se
silêncio:
eram casas abandonadas,
tijolos à mostra,
janelas abertas...
pela porta;
vento outonal




(Ricardo Campos)

encantamentos








é poesia:
noite de
silêncios
e folhagens,
que se perdem
em crepúsculos
sonâmbulos.

cigarras sem asas:
tremulam na
copa de árvores,
auroras
frias,
encantamentos.



(Ricardo Campos)

terça-feira, 30 de abril de 2013

poemeto

 
 
 
...há uma gota
de estrela entre
o céu e a lua

 
 
 
(Ricardo Campos)

Campos, Ricardo-Pequenos poemas, surtos poéticos. Poesia Brasileira-Abril de 2013.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

mariposas













invisível amor de mariposas
prenhes da luz de velas:
a mesa posta à espera
dos amantes noturnos...








Ricardo Campos

sábado, 16 de março de 2013

desconheço o mar






desconheço o mar.
sou montanha de minas:
ar e vento entrecortando
as gerais...

desconheço a poesia do mar;
ondas, naufrágios e corais:
sou minério, pó de mina,
água que corre no leito do rio.

desconheço os oceanos do mar.
sou pedra sabão esculpida na
dor e no silêncio de profetas.
sou dessa trilha que não deixa
vestígio da canção poética do mar



Ricardo Campos






terça-feira, 15 de janeiro de 2013

despertar



“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.”
Manoel de Barros




-O homem nasce pássaro até o amanhecer despertá-lo
para o barro.
-O criador da poética das águas?
-Daqueles que guardam rebanhos no chão:
debaixo dos pés.
-Sim.
-Quem vive encantando palavras?
-Ofertai-vos silêncios de amanhecer!
-Quem és tu?
-Manoel.





Campos, Ricardo-Poesia é o que estamos vivenciando-Literatura Brasileira-Janeiro 2013.

a conta gotas [recordações]


(...)


observar a chuva
debruçado na janela
da finitude...
eis que as recordações pingam
a conta gotas





Campos, Ricardo. Pequenos poemas [surtos poéticos] Literatura Brasileira-Janeiro de 2013.