sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

as cigarras despertam as árvores neste canto do mundo










segue a curvatura das pedras:
-a realidade fugaz
á margem de auroras.

...e silêncios perturbadores
ao entardecer da noite.
-as cigarras despertam as árvores 
neste canto do mundo.





terça-feira, 1 de dezembro de 2015

o princípio...





o princípio
era o verbo...
as palavras mágicas
ruborizavam
o amanhecer

o céu tem limites:
e as aves voam
desde antes da inanição
das pedras:
onde jaz
o rio...


Ricardo Campos

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

andar deixou rastro de estrelas




nunca andaremos pelo mesmo caminho,
andar deixou rastro de estrelas:
somos o sol em ebulição.

andarilhos que de tempos em tempos... 
há de se colher raios solares à penumbra de ontem.

não se mede distâncias pelo riso;
muito menos se colhe ventos em
tempestades de lua cheia:
o amor não se planta a sós...




ricardo campos

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

final de noite




o resto do
vinho tinto
e a noite se esvai:
num gole só...





ricardo campos

sexta-feira, 12 de junho de 2015

vestígios de poesia











sente-se:
observe os astros.
as folhas de inverno em tom acinzentado.
silêncio:
manhãs solitárias entre inquietudes;
os cadernos guardam vestígios de poesia.





ricardo campos

segunda-feira, 8 de junho de 2015

salto













...quem  disse
ser    acaso:
-o salto do sapo
               sobre o vaso:
-até que o inverno chegue....







ricardo campos

terça-feira, 7 de abril de 2015

próxima parada







...entre as coisas mínimas:
papéis rasgados
sol de outono
um gole d'agua...

(intervalo)
dentro do ônibus e à espera do outro:
-onde é a próxima parada?




Ricardo Campos

quinta-feira, 26 de março de 2015

tão logo a lua apareceu






tão logo a lua
apareceu
fez-se estrelas
céu de luzes
vaga-lumes
moinhos de vento




Ricardo Campos

como se não existisse o fim













a um pouco de nós
tão perto
a sós...
equidistante
à sombra
água cristalina
rio abaixo
como se não existisse o fim










Ricardo Campos

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

poesia
















tenhamos paciência
com a falta de chuva;
os sapos ainda coaxam soberbos sobre as pedras.





ricardo campos

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

tão perto













as palavras anunciam
a quebra do silêncio:
vem de longe
rebento vento de maresia
sem que se mova montanhas.








ricardo campos