terça-feira, 26 de julho de 2011

villanelle sapo abestalhado

pulo do sapo no lago...
poço d’água cristalina
avenida passa ao lado


o sapo todo fidalgo
o atento olhar da menina
pulo do sapo no lago...


é um sapo amalucado!
tudo molha, tudo rima .
avenida passa ao lado


o sapo todo empolgado
de barriga para cima
pulo do sapo no lago...


sapo, anfíbio felizardo
cumprindo doce rotina
avenida passa ao lado


esse sapo abestalhado
que não sabe sua sina

pulo do sapo no lago...
avenida passa ao lado


 
 
 
 
Ricardo Campos

quinta-feira, 21 de julho de 2011

flor solitária




















flor solitária
nesse sertão agreste
terra do fogo




Ricardo Campos

terça-feira, 19 de julho de 2011

ruas
        desertas
rotas
            incertas






ricardo campos
p a p é i s...
p a l a v r a s
a l e a t ó r i a s
                            à margem
                                     direita
p r e e n c h e n d o
v a z i o s
e x i s t e n c i a i s
n o
ú n i c o
l u g a r
p o s s í v e l
a
p á g i n a
b r a n c a






ricardo campos

sábado, 16 de julho de 2011

no meio do nada

dois sóis girando sobre
nossas cabeças...
mistérios no mar de Java
...placas tectônicas chocando
no meio do nada.







ricardo campos

sexta-feira, 15 de julho de 2011

negreiro

navio negreiro
negros e ratos a bordo
cais do porto







Ricardo Campos

terça-feira, 12 de julho de 2011

filho de anastácia

sou negro, filho de Anastácia
hoje eu clamo por mais justiça
cansado estou de tanta falácia




porque sou filho de Anastácia
livrem meu corpo das feridas
afadigado estou dessa falácia




sou negro, filho de Anastácia
minha dor tem a cor vermelha
estou extenuado dessa falácia


sou negro, filho de Anastácia
escravo maldito dizem eles
por que repetem essas falácias?




sou maldito, filho de Anastácia
fugitivo com fome,medo e arredio
discursos e tão somente falácia



sou negro, filho de Anastácia
ouvindo inverdades e falácias
não estou triste, estou morto
ninguém quis ocupar o meu posto








Ricardo Campos

sábado, 9 de julho de 2011

sobre o tempo, as palavras, e o nascimento das estrelas

...o tempo
está escasso
mas não há
escassez
de palavras
muito menos
as estrelas
pararam
de nascer...
as horas
insistem
em avisar
sobre
a escassez
do tempo
as palavras
querem
apenas relatar
o nascimento
das estrelas...




Ricardo Campos

quinta-feira, 7 de julho de 2011

é possível ver

o
olho
a
estrela
que
está
ao
lado...
dois
cosmos
separados
dois
espaços
intercalados





Ricardo Campos
estrela da noite
céu e constelações infinitas
olhar o finito





Ricardo campos

sábado, 2 de julho de 2011

nau

nau errante
nos mares pacíficos
ilha à vista








Ricardo Campos