quinta-feira, 29 de setembro de 2011

armad’ura águad’ura

pedra bate, pedra fura
água dura
pedra bate, pedra fura
arma que dura
pedrab'ate, pedraf’ura
armad’ura
águad’ura




Ricardo Campos

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

adormece

silêncio, o crepúsculo adormece...






Ricardo Campos

flores de menos

flores de menos
baudelaire a lamentar
jardim deserto





Ricardo Campos

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

villanelle da borboleta, antonieta

ociosidade da nobre borboleta
dessas que voam sem rumo
dizem que se chama, antonieta


por ser nobre, é uma borboleta
nas suas asas mantém o prumo
ociosidade da nobre borboleta


ouvi de um anão, a historieta
na hibernação, o sono profundo
dizem que se chama, antonieta


história de joaquina antonieta
desencantada em outro mundo
ociosidade da nobre borboleta


tão tênue como as violetas
fez refém, o coração moribundo.
dizem que se chama, antonieta


reminiscência de uma borboleta
encantamentos d’outros mundos
ociosidade da nobre borboleta
dizem que se chama, antonieta




Ricardo Campos


sábado, 10 de setembro de 2011

naufrágio de noé

e agora, noé?

a barca afundou
os bichos sumiram
a girafa sobrou
o jacaré fugiu
a tartaruga ficou
o cavalo relinchou
a égua pariu...

e agora, noé?

-você que nada,
chora, sorri,
pensa bem como
vai ficar
sua história,
fica ou vai embora?

tudo que tinha
virou água,
sua barca
n
a
u
f
r
a
g
o         

u





Ricardo Campos